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Sobre

A presente proposta é motivada pelas minhas inquietações frente à experiência como intérprete de Libras e professor de Libras. Nesses onze anos de experiência, percebo o quanto em nível de conhecimento, maturação, o aluno ouvinte está à frente do aluno Surdo, o quanto os alunos Surdos são prejudicados nesta forma de ensino inclusivo adotada pela maioria das instituições. Além de, durante toda a minha vida, vivenciar relatos de Surdos sobre a educação que receberam, pois sou CODA (Children of Deaf Adults), filho ouvinte de pais Surdos, que, juntamente com toda comunidade Surda, tiveram dificuldades no processo escolar devido à falta de metodologias direcionadas para sua forma de interagir com o mundo, que é por meio de suas experiências visuais. Cresci nesse ambiente e vivenciei as angústias e necessidades dos meus pais e demais Surdos. Atualmente sou professor de Libras em uma instituição de ensino superior, em uma licenciatura. Motivado pelas minhas inquietações quero entender como a disciplina de Libras pode contribuir para a prática dos futuros licenciados, para que os alunos Surdos inseridos em um modelo inclusivo não sejam prejudicados pela falta de conhecimento e preparo dos seus professores.

Com o advento da lei 10.436 de 24 de abril de 2002, bem como a partir do decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) passou a ser oficialmente reconhecida como meio de comunicação da comunidade Surda no Brasil. Com base nesses dispositivos legais, a Libras passou a ser alvo de uma série de políticas públicas com o objetivo de se consolidar como efetivo instrumento de inclusão dos Surdos no país. No âmbito educacional, a Libras passou a compor a matriz curricular de cursos superiores. No artigo 3º do decreto 5.626, está estabelecido para o Ensino Superior a inserção da disciplina de Libras nos cursos de Pedagogia, Educação Especial, nas diversas Licenciaturas e no curso de Fonoaudiologia, como componente obrigatório nas licenciaturas e eletivo nos cursos de bacharelado.

Porém, a disciplina de Libras tem sido encarada como instrumento para tornar o licenciando proficiente em Libras, vista especificamente como meio para se adquirir vocabulário, afinal o licenciado precisa desenvolver conhecimentos sobre a prática pedagógica mais adequada para promoção do educando surdo. Assim, por meio de vídeo das aulas que contemplaram nosso curso, além de todo material utilizado como power point, e materiais pedagógicos, este espaço tem como objetivo orientar os licenciandos sobre as especificidades culturais e pedagógicas destes sujeitos.  

aprendendo Libras

Fique por dentro dos termos utilizados.

[1] Ouvinte é o termo utilizado para se referir às pessoas não surdas.

[2] A palavra surdo é utilizada nesse estudo com “S” maiúsculo por concordar com Moura (2000), em que utiliza a termologia "Surdos” por elucidar a condição do sujeito e não da deficiência.  Que também de acordo com Decreto nº 5.626 é aquele que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.

Citação

"Sendo o sujeito surdo diferente do ouvinte em sua forma de compreender a realidade e atuar nela, a educação deveria contemplar, recursos visuais, uso da língua de sinais, estratégias de ensino da língua portuguesa como segunda língua, além de uma série de outras (re) formulações, inclusive sensibilidade do professor, para o (re) conhecimento das necessidades educativas dos sujeitos."

Antunes (2002,p.13)

PROPOSTA

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